Fundação Niemeyer, Oscar Niemeyer
Caminho Niemeyer
Da mesma forma que Gaia está para o Porto, Niterói está para o Rio de Janeiro. É, então compreensível, quando os cariocas dizem que o melhor da cidade implantada na outra margem é a vista que tem sobre o Rio. Sem conhecer Niterói para além do caminho Niemeyer, ainda não tenho qualquer voto sobre a matéria. A verdade é que os terrenos dispensados para o percurso, ligando o centro à zona sul, margeiam a Baía de Guanabara. Essa decisão tanto pode corroborar aquela versão, denotando a dependência que se nutre da "cidade maravilhosa", como traduzir a afirmação da identidade e imagem próprias de Niterói ao olhar de quem se aproxima por água. De qualquer das formas, a presença do mar é clara a partir de qualquer ponto. E Niemeyer é feliz graças a ele e à paisagem, e deles tira partido.
A implantação dos complexos: Teatro Popular, Fundação Niemeyer, as catedrais Católica e Baptista, e o Memorial Roberto Silveira, conformarão uma grande praça junto ao mar. Para já os elementos construídos parecem bastante disconexos entre si e soltos num imenso plano de terra batida.
As outras edificações - Museu de Arte Contemporânea, Museu do Cinema Brasileiro e Estação Hidroviária de Charitas - estão instaladas ao longo da baía, perceptíveis de diversos pontos ao longo da marginal. O seu carisma concentra-se no exterior, na progressiva descoberta de temas associados ao movimento do percurso e do próprio corpo arquitectónico e na solidez do seu enraízamento ao terreno, apesar da sua forma ser totalmente estranha à, e perante a envolvente. A partir dessa forma geral impactante, Niemeyer cria pequenas subtilezas através do desenho de pormenores rebatidos na paisagem. Os interiores ficam bastante áquem das expectativas, contudo. Independentemente de trabalhar nalguns casos a luz de forma magistral, principalmente na Fundação com o seu nome, Niemeyer nunca dá manobra para grandes surpresas e transições ao nível dos espaços interiores. O exterior acaba por ser bastante gratuito, sendo sempre trabalhado como pano de fundo inanimado no conforto interior dos edifícios. A "tensão dramática", cada vez mais indissociável da cultura arquitectónica contemporânea, não chega a estar presente no fulgor de um momento; no entanto é impossível ficar imune ao vírus das "fotos-postal"!



O mono da minha faculdade mais se assemelha a um hospital... Está situado na Ilha do Fundão, onde se concentra o maior campus universitário do Rio. Foi criada na década de 50 pela união de várias ilhas preexistentes por meio de aterros. Mais tarde o regime militar encarou a Ilha do Fundão como um meio de conter uma possível revolta estudantil mais facilmente, uma vez que no início o acesso à ilha era feito apenas por duas pontes estreitas. Ao mínimo indício de motim, fechariam as pontes. LOL


Foto tirada da cobertura de uma das partes da casa; atrás o morro da Urca. No primeiro impacto consegui sentir fobia de olhar para cima...é a imagem do morro imponente a engolir a casa. Foi impossível arranjar uma foto que impusesse o respeito que ele merece. Andei à procura do termo psicopatológico que me invadiu nesse primeiro momento, e antes de ter encontrado o adequado - anablefobia -, descobri que há quem tenha afobia- medo da falta de fobias. LOL



