quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mergulho...














 David Doubillet, Devil's Eye Spring

 ...e para onde quer que vá, apenas vejo a concha!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Cork Block Shelter

O Museu Guggenheim de Nova Iorque está a preceder a um concurso internacional de Design a que chama COMPETIÇÃO DE ABRIGOS ("Shelter Competition"). Os concorrentes têm de enviar o projecto 3D de um abrigo de acordo com as regras do concurso. Foram admitidos cerca de 600 projectos de 68 países.
Dos 600 projectos foram seleccionados 10 finalistas, entre os quais está o projecto do arquitecto português David Mares. É neste projecto que entra a cortiça, aliás a cortiça é mesmo o elemento do qual é feito o abrigo.
Este e outros projectos estão abertos a votaçao no site do museu.


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

New Moon



Vai sair a sequela daquele filme espectacular que não vi duas vezes, sobre uma miúda que se perde de amores por um vampiro cara pálida, cheio de onda!

A sequela deve ser espectacularmente boa e deve ser vomitada para as salas de espectáculo lá para Novembro.
O que me interessa, é a banda sonora sobre a qual têm lançado os maiores rumores, e ao olhar para a lista de artistas, penso que vai ser em bom.

Death Cab For Cutie - Meet Me On The Equinox
Band Of Skulls
- Friends

Thom Yorke - Hearing Damage
Lykke Li
- Possibility

The Killers
- A White Demon Love Song

Anya Marina - Satellite Heart
Muse - I Belong To You (New Moon Remix)
Bon Iver and St. Vincent
- Rosyln

Black Rebel Motorcycle Club
- Done All Wrong

Hurricane Bells - Monster"
Sea Wolf - The Violet Hour
Ok Go
- Shooting The Moon

Grizzly Bear Feat. Victoria Legrand (Beach House)
- Slow Life

Editors - No Sound But The Wind
Alexandre Desplat - New Moon (The Meadow)


Bon Iver e St. Vincent, Thom Yorke, e Grizzly Bear com a menina de Beach House (colaboração que já tivemos oportunidade de ver ao vivo (só para meter nojo)), já me deixam a coaxar de ansiedade até a próxima lua nova.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ainda Grandchildren

White Winter Hymnal from Grandchildren on Vimeo.



White Winter Hymnal - Making Of from Grandchildren on Vimeo.



Mykonos from Grandchildren on Vimeo.



Mykonos making of from Grandchildren on Vimeo.

While You Wait For The Others

Novo clip para o novo single "While You Wait For The Others", extraído do já mais que falado Veckatimest dos Grizzly Bear, desta vez realizado pelos Grandchildren, colectivo que conta com Sean Pecknold (irmão de Robin Pecknold, vocalista dos Fleet Foxes) como director.

Grizzly Bear - While You Wait for the Others from Grandchildren on Vimeo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

They removed all trace that anything had even happened here



"Um universo de inefável louçania ficava-lhe a rodopiar na cabeça, enquanto o relógio tiquetaqueava em cima do lavatório e o luar impregnava de luz as roupas amontoadas a esmo, no chão. Todas as noites acrescentava alguma coisa às fantasias até a sonolência desabar, num abraço de esquecimento, sobre uma qualquer cena vivida.
Durante algum tempo, estes devaneios foram um escape para a sua imaginação; eram um indício satisfatório da irrealidade do real, uma promessa de que a rocha do mundo se alicerçava na asa de uma fada."
O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald

terça-feira, 1 de setembro de 2009

153. Do you work in "spurts", being relatively inactive and then furiously active for a day or two?
















Volcano_Choir_-_Island_IS.mp3

"Volcano Choir: not that different from Bon Iver! No, just kidding, this is pretty out there in comparison to For Emma, Forever Ago. Justin Vernon’s collaboration with Collections of Colonies of Bees follows the same “torn-down-by-the-world-but-I’m-still-optimistic” road that Vernon has made a mega-career out of, but more inclined to branch off into warm electronic side streets. Has dude been listening to a lot of Prefuse 73? Maybe. But maybe he just got tired of people freaking out about how he chopped his own wood in the forest. Now we can all get super into how he programmed his own songs in ProTools! So rustic."

Sam Hockley-Smith, in Fader

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Cabana de Praia



In your heart of chambers
where you sit
with your picture books
and your ancient wit
In that nook I found you
so old and tired
would you be the one to carry me?
I'd like to be someone
you could finally learn to love again

Made our iron bed side
cold as graves
so we stoke the organs
that may comfort grace
and they conjured spirits
to make you smile
would you be my long time baby?

I'd like to be someone
you could finally learn to
breathe
at our sides
let's take the time
to mend these smiles
to get them
could make it home
love is surprises
live our own lives

In our beds we're the lucky ones
filled with the sun
In our beds we're the lucky ones
fill us with the sun

in Devotion (2008)

O cheiro...























"...Woods created a distinctive blend of spooky campfire folk, lo-fi rock, homemade tape collages, and other noisy interludes, all anchored by deceptively sturdy melodies...Songs of Shame has that almost subliminal ability to make one want to move in to listen more closely. And once you've been drawn in for a good listen, it becomes difficult not to want to come back for many more."
in Pitchorkmedia

"Numa palavra: Cabanístico!"
o Santo Sapo, Diógenes


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Entre cá e lá.

Quero agora dormir e que todos os meus canais de sangue, urina, suor sejam vapor e os meus ossos, depois de totalmente comprimidos e asfixiados pelo rio contínuo de lágrimas, quebrem. Quebrem para depois vomitar os cabelos que se dissolvem na água que continuamente me escorre pela boca. Quebrem e se transformem em lampejos de borboletas brancas em permanente rodopio e redemoinho que se movem durante o dia como uma nuvem de poeira albina. Quebrem e sejam ondas de plâncton que compõem e traduzem o grupo cósmico marinho que não mais espelha pacificamente as constelações, mas as completa. Assim, para além da flutuabilidade positiva estática das estrelas que se regem por aparências e distâncias-luz que nada contêm e falam sobre si, surge uma flutuabilidade negativa dos milhões de pontos lumínicos que estão permanentemente a alterar a posição entre si e se movem agitadamente no espaço, tal qual os reflexos na superfície da água ou no fundo do oceano, impostos pelo Sol.
.

Joga-se pelo prazer do jogo. Pelo simples prazer de vestir inicialmente uma personagem, e saber despi-la, para adoptar logo outra e assim ter o distanciamento de circular num enredo de vários óculos que se confrontam e ir com isso alagando as palafitas que suportam o futuro castelo. Essa fortaleza verga-se ao calendário, já que é este que dita a destreza e rapidez com que a ficha sucede a ficha. Quando desperta a dança dos reis as muralhas sobem vertiginosamente e a volúpia embriaga o tempo, lançando as caricas da sorte à sua própria sorte. Logo na ressaca, vem o vício dos sinais e com as palavras os torreões e todo o império se rendem ao nada.
No chão me deixo e aprendo a jogar com o não calendário, com a noite, sobrepondo cada grão de areia a cada dia. Precipito-me de novo e adultero as regras do jogo, terminando de uma só vez esse castelo de areia que levo numa mão lá no alto, enquanto atravesso o oceano a nado. Aparentemente chegamos intactos ao outro lado. Mas esqueci-me do balão. Volto. Enquanto caminhamos rumo às despedidas, apercebo-me que ele pertence ali. Porque sente os cheiros como que pela primeira vez. E simultaneamente se lembra de ganhar ali forma e carregar no seu ventre todos esses aromas que o transportam para os mais diversos desejos de alguns e espaços de todos. E decido entregar o meu companheiro de guerra a alguém de paz, que terá a paciência e sabedoria de alargar essa pele, propagando no ar uma orgia de sonhos e esbatendo qualquer contorno nítido do conhecimento, dos sentidos e da mente. Só assim conseguirei assegurar o diálogo da memória do cá com as experiências do lá, estabelecer uma rede de acontecimentos que se encadeiam e reconhecer o seu propósito.
Uma criança! Entrego o balão a uma criança! E como quem pega o primeiro papagaio, e sente todo o seu peso entre os dedos, estende a mão e liberta-o. É assim que surge essa bolha, bem mais flexível e moldável ao nosso corpo, que apesar de se distender à medida que avança no céu, abraça uma indomável leveza, dissolvendo as barreiras eu-criança. O balão desaparece. Não importa se estoira e há chuva de sapos, se é perfurado pelos raios de sol, soltando os seus perfumes até ao fundo dos oceanos, se lança fumos que chegam às alcovas dos deuses dos incas…..
Imaginamos todos os destinos do balão enquanto pescamos. Tenciono partir em breve. E a criança falou. Mesmo quando andarmos em e de costas (o)postas no mar, não estaremos mais afastados, porque esse oceano, apesar de superficialmente espelhar tudo quanto há acima dele, suga a alma das coisas e engole tudo quanto há no ar, rebatendo todas essas linhas e planos num único ponto, lá em baixo, nas profundezas. E a criança deduz que não é no espaço que há extraterrestres, mas sim no mar, onde pouco foi explorado pelo homem e nada se viu. E mesmo o som, que se propaga muito mais intensamente que aqui, não se sabe de onde vem. Esse mar , que pretende dar vida aos barcos, anula-a à superfície e camufla-a na aparente passividade do espelho. Os seus olhos e humores estão presos no fundo, onde a pressão da água destrói até mesmo as sombras. Só depois desse lugar talvez a gravidade das coisas termine e se possa cheirar a terra tal como ela é. E o balão, se chegar a cair e mergulhar no oceano, deslizando até não ser mais que um ponto, sentir-se-á uno e completo, projectando-se logo na lua, e oferecendo-lhe mais um daqueles abismos ou ebulições, ou perfurará a terra dando-lhe um aspecto de queijo suíço, ou cuspirá bolinhas e nuvens de espuma do centro da terra, que farão chegar o calor à superfície…Então poderei sempre saber onde estamos e de onde viemos.
Nisto um peixe-balão morde a isca. Tiramo-lo da água e começa a inchar, inchar, inchar…Catching the big fish. Escuto incessantemente na cabeça “sou caipira!”.
Mergulhamos sem destino e somos baptizados.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Alice in Wonderland



Apresentado ontem (22 de Julho) numa feira nerd de livros de banda desenhada e afins, (?) o trailer do mais recente novo filme de Tim Burton, Alice no País de Maravilhas, rapidamente começou a circular pelos mais variados sítios da web.
Escusado será dizer que teve poucos momentos de "exibição", já que foi rapidamente removido, sobrando apenas este pedaço de fraca resolução.
Mesmo assim, já dá para ficar com a cueca molhada até Março!
Até lá, vou ali com a Kiduxa, comprar uns babetes!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Volcano Choir



Volcano Choir, o projecto paralelo de Justin Vernon dos Bon Iver, e dos seus conterrâneos Collections of Colonies of Bees, vão finalmente editar um album.
Unmap sai a 22 de Setembro!



















Unmap ultimately came together over a weekend in November 2008 in Fall Creek, Wisconsin, at Justin and brother Nate Vernon's recording studio. And while it is at its heart a record about the allure of being with people you need and making something with them, it is also a document created by musicians with rare gifts getting together to exorcise their ideas about beauty. This scaffolding of loops and off grid tempos for choral style vocals offers a state of continual surprise, call it unexpectation.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Hope I’m ready, able to make my own, good home



"Música do Ano", tocada no Late Show with David Letterman.
Com grupo de cordas....(violinos) =D
O Natal é em Julho!


quinta-feira, 16 de julho de 2009

Green Man Festival

terça-feira, 14 de julho de 2009

Titus Andronicus

Upon Viewing Bruegel's "Landscape With The Fall Of Icarus"




"Even now I curse the day, and yet, I think,
Few come within the compass of my curse,
Where in I did not some notorious ill:
As kill a man, or else devise his death;
Ravish a maid, or plot the way to do it;
Accuse some innocent, and forswear myself;
Set deadly enmity between two friends;
Make poor men's cattle break their necks;
Set fire on barns and hay-stacks in the night,
And bid the owners quench them with their tears,
Oft have I digged up dead men from their graves,
And set them upright at their dear friends doors,
Even when their sorrows almost were forgot;
And on their skins, as on the bark of trees,
Have with my knife carved in Roman letters,
Let not your sorrow die, though I am dead.
Tut! I have done a thousand dreadful things
As willingly as one would kill a fly,
And nothing grieves me heartily indeed
But that I cannot do ten thousand more."

William Shakespeare, Titus Andronicus

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O Estrangeiro























Titus Andronicus
Albert Camus

Running around this run-down, one-horse town.
One of these days, they're gonna crucify me.
How weary, stale, flat and unprofitable it is to be young, dumb,
and have lots of money.
We will sit upon this grassy knoll,
holding hands and stroking handguns, with pristine souls,
and even my own mother will tell you I am an asshole,
but underneath it all, there is an apathetic heart of gold.

So who will be saved, from the least to the greatest men?
Because even Honest Abe sold poison milk to schoolchildren.


The blood drive came to Glen Rock High
in a white bus with red letters on the side
and a long shiny needle they brought to suck me dry
like missionary mosquitoes in the sky.
Now you're doing time for stealing candy from a babe
because all the kids in Ridgewood have got cell phones these days
and if you wear a mask, they can still read your license plate
and a wireless line is a terrible thing to waste.

Because the more we think, the less it all makes sense,
tonight we will drink to our general indifference.

Lamb of God, we think nothing of ourselves at all.
So, Death, be not proud because we don't give a fuck about nothing
and we only want what we are not allowed.




"And I, too, felt ready to start life all over again. It was as if that great rush of anger had washed me clean, emptied me of hope, and, gazing up at the dark sky spangled with its signs and stars, for the first time, the first, I laid my heart open to the benign indifference of the universe. To feel it so like myself, indeed, so brotherly, made me realize that I’d been happy, and that I was happy still. For all to be accomplished, for me to feel less lonely, all that remained to hope was that on the day of my execution there should be a huge crowd of spectators and that they should greet me with howls of execration."
O Estrangeiro, Albert Camus


sexta-feira, 26 de junho de 2009

A lendea do pop






















Adeus Michael!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Santa Epifania
































































































































































































































































































































we filled our pockets with dry leaves,
made leafy pillows and lay down

beneath the cinnamon tree.


we staired up at the sun with our eyes closed

and saw the dust in the air turn into fireflies.


we lay with the day.

the wind snuck into the cracks of our sleeves,
and played songs in our ears.

I used to watch you sleeping...

riceboy sleeps


"In the depths of winter I finally learned that there was in me an invincible summer." Albert Camus

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"O barco bêbedo"

(Arthur Rimbaud)

Como eu descia pelos rios impassíveis,
senti-me libertar de meus rebocadores.
Tomaram-nos por alvo os índios irascíveis
e pregaram-nos nus aos postes multicores.

Já não me preocupava a carga que eu trazia,
fosse o trigo flamengo ou o algodão inglês.
Quando dos homens se acabou a gritaria,
pelos rios voguei, liberto de uma vez.

Ante o irado ranger das marés, me lancei,
mais surdo que infantis cabeças, no outro inverno,
fugindo! E para trás penínsulas deixei
que jamais viram tão glorioso desgoverno.

A procela abençoou meu despertar marinho,
dancei como cortiça entre vagas e atóis,
que fazem vítimas no eterno redemoinho,
dez noites, sem pensar no olho vão dos faróis.

Doce como a maçã na boca de um menino,
meu lenho se encharcou do verde turbilhão,
que um caos de vómito e de vinho purpurino
lavou, e destroçou meu leme e meu arpão.

E mergulhei então no Poema do Mar,
todo de astros mesclado, e leitoso, a beber
os azuis verdes, onde, a flutuar e a sonhar
um absorto afogado às vezes vai descer;

onde, a tingir de um golpe o azul, à luz safira
dos dias, ritmos arrastados e delírios,
mais fortes que a embriaguez e mais vastos que a lira,
fermentarão do amor os amargos martírios.

Sei os céus a estalar de clarões, sei as trombas,
correntes e monções: e sei o anoitecer,
a exultante manhã qual um povo de pombas,
e vi por vezes o que o homem julgou ver.

Vi o sol-pôr manchado a místicos horrores,
iluminando longas urnas arroxeadas;
como dos mais antigos dramas os actores,
as ondas a rolar à distância, encrespadas.

Sonhei a noite verde entre neves radiosas
dar aos olhos do mar mil beijos hesitantes;
vi a circulação de seivas misteriosas
e o áureo-azul despertar dos fósforos cantantes.

Longos meses segui, tal como vacarias
histéricas, o ardor das ondas contra a areia;
sem suspeitar que os pés brilhantes das Marias
pudesse apaziguar o Oceano que se alteia.

Atingi, sabei vós, Flóridas escondidas,
os olhos da pantera ajuntando às floradas,
com pele humana. E tenso o arco-íris, como bridas,
no horizonte do mar, quais alegres manadas.

Vi fermentar pauis enormes e lameiros,
onde apodrece um Leviatã entre os juncais;
e entre bonanças desabar furiosos aguaceiros,
despencando o longínquo em golfos abismais!

Gelos, argênteos sóis, ondas, céus abrasantes!
Encalhes colossais nos mais fundos negrumes,
onde o piolho come as serpentes gigantes
que tombam da galhada entre negros perfumes.

Desejara mostrar às crianças as douradas
da onda azul, peixes de ouro, esses peixes cantantes
– a espuma toda em flor ninou minhas jornadas
e um inefável vento alou-me por instantes.

Das zonas e do pólo, às vezes, mártir exausto,
o mar, cujo soluço as fugas me adoçava,
dava-me flores de ouro e de sombrio fausto,
e eu, como uma mulher de joelhos, descansava.

Quase ilha, a balançar gritando às minhas bordas
rixas e estrumes de aves de olhos afogueados;
eu ia, enquanto pelas minhas ténues cordas
desciam, recuando, ao sono os afogados.

Eu, barco naufragado entre as marinhas tranças
pelos tufões aos ermos do éter arrojado,
cujo casco ébrio de água os veleiros das Hansas
e os Monitores não teriam resgatado;

livre, a fumar, envolto em brumas violetas,
que perfurava o céu vermelho como um muro,
que traz – confeitos deliciosos aos bons poetas –
liquens do sol e cusparadas do azul-escuro;

prancha louca, a correr entre uma escolta preta
de hipocampos, rajada a estrias resplendentes,
quando Julho esboroava a golpes de marreta
do céu ultramarino os funis comburentes;

eu, que tremia, ouvindo a distante agonia
do cio dos Behemots e dos Maelstroms estreitos,
eterno tecelão da azul monotonia,
lamento a Europa dos antigos parapeitos!

Arquipélagos vi do firmamento! e as ilhas
onde em delírio os céus se abrem ao viajor,
é nessas noites que tu dormes e te exilas,
ó milhão de aves de ouro, ó futuro Vigor? –

Mas, não, chorei demais! Magoam-me as auroras.
Todo sol é dolente e amargo todo luar.
O acre amor me fartou de torpores, demoras.
Oh, que meu casco estale! Oh, que eu me lance ao mar!

Se desejo da Europa uma água, é a poça estreita,
negra e fria, onde à luz de uma tarde violeta
um menino agachado, entre tristezas, deita
seu barquinho, a oscilar como uma borboleta.

Imerso em languidez, não posso transcender
o rastro, ó vagas, dos que levam algodões,
nem dos pendões o orgulho e das velas vencer,
nem já nadar sob o olho horrível dos pontões.

terça-feira, 2 de junho de 2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Dark Night of the Soul


















































O Novo projecto de Danger Mouse (o mentor por trás de Gnarls Barkley; produtor de álbuns como Dreamt for Light Years in the Belly of a Mountain de Sparklehorse e Demon days de Gorillaz) e Sparklehorse entitula.se de Dark Night of The Soul, inspirado no livro do séc. XVI de São João da Cruz, com o mesmo título. O álbum conta com participações de ilustres convidados como James Mercer (The Shins), Wayne Coyne (The Flaming Lips), Gruff Rhys (Super Furry Animals), Jason Lytle (Grandaddy), Julian Casablancas (The Strokes), Frank Black (Pixies), Iggy Pop, Nina Persson (The Cardigans), Suzanne Vega, Vic hesnutt. Visualmente, David Lynch contribui com uma colecção de fotografias exclusivas, baseadas e inspiradas na música. As fotografias, que oferecem uma narrativa visual para a música, irão ser compiladas num livro de 100 páginas de edição limitada. Uma selecção de 50 dessas fotografias, irá ser exposta na Michael Kohn Gallery, em Los Angeles.
Devido a desentendimentos antigos entre a editora EMI (editora pela qual Sparklehorse tem contrato) e Danger Mouse, o álbum está ainda em "águas de bacalhau".


O Passarão






















































Andrew Bird | 26 Maio 2009 | Theatro Circo


Um violino, uma guitarra , um xilofone, uns microfones, a parafernália de pedais de loops, e uma grafonola giratória..."Então aonde está a porra da bateria?!! Não me digas que o gajo veio para cá sozinho...deve ser só uma introduçãozeca ao "verdadeiro" concerto..." confesso que foi o que me passou na cabeça quando entrei e vi o palco. Sabia que na tour realizada nas Américas, o Passarão ia acompanhado de dois melros que se desdobravam em instrumentos para preencher e oferecer uma sonoridade mais semelhante à dos albuns de estúdio. A verdade é que a "introdução" durou duas horas, e nem a tontura do vinho tinto que tinha bebido me fazia querer ouvir a bateria, tal era a forma sincera, fluida e despojada de acessórios com que este animal assobiava, cantava, gravava loops de violino e guitarra e os soltava, com uma percepção temporal fora do normal. Este pássaro muda as penas a cada concerto tal é a forma com que consegue despir as suas músicase torná-las em um novo ninho. A nobre besta foi enorme para aquele palco, fazendo com que aquela (espectacular) sala de espectáculos se tornasse numa pequena e aconchegada cabana...com caixinha de música. Fiquei pregado á cadeira, com todos os pelinhos do corpo arrepiados. Quando for grande quero ser uma grafonola giratória!








quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bach no FAO Schwartz

sábado, 23 de maio de 2009

Bastonada



Até o botox abana...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Fujiya & Miyagi














































































































24 Abril 09 | Fujyia & Miyagi @ Casa das Artes de Famalicão

http://www.myspace.com/fujiyaandmiyagi