sábado, 8 de novembro de 2008

Virei peão!

Da mesma forma que algumas palavras inofensivas em Portugal, como propinas, rapariga, puto, etc., que significam dinheiro sujo, prostituta, prostituto, no Brasil, também trolha tem um significado completamente diferente do atribuído nas terrinhas lusitanas. Quando se querem referir à pila em calão, é este o termo usado. Devido às circunstâncias, seria ridículo auto intitular-me de trolha, apesar de sempre ter tido essa vontade recalcada: afirmar-me trolha à portuguesa, senhora e dona dos piropos mais castiços e propositados, ou não. No Brasil, esses senhores são chamados de peões, e o seu método de persuasão não confia no poder da palavra; limita-se ao banal assobio. Chegam a montar posições estratégicas, como se de um coro se tratasse.
A estagiar há 3 dias na obra da Cidade da Música de Christian de Portzamparc, começo a conhecer de perto toda esta dinâmica dos trabalhadores e as particularidades práticas da construção. Os estudantes no Brasil têm a possibilidade de começar desde logo, nos primeiros anos da faculdade, a estagiar. Estou a trabalhar com 3 escultoras e um pintor. Finalmente, desde que cheguei ao Brasil, penso poder fazer amigos fora de casa. No meio de cerca de 3000 homens, colocaram-me num grupo "maneiríssimo" e felizmente com as únicas mulheres que trabalham na obra. As outras ficam a maioria do tempo nos ateliers.
O meu trabalho consiste em fazer levantamento de medidas, ir ajudando o grupo dos artistas plásticos no que toca às pinturas, e na altura dos acabamentos e da pintura final, acompanhar e conferir se as cores correspondem ao que tinha ficado acordado.
Tem-se corrido bastante, até porque a obra tem de estar pronta até Dezembro, supostamente. As fotos elucidam o estado atrasado da construção, numa fase em que os esforços se repartem entre betão, estucamentos, pinturas,..., tudo em simultâneo.... Mas como já disse, com apenas 3 dias de experiência, é impossível saber a velocidade que a obra pode atingir.
Ontem conheci o mestre Portzamparc. Tem andado pela obra, especialmente preocupado que as cores fiquem fiéis ao que propôs.
Ah!!!E por pouco não apareceria nas Mega-Construções no Discovery Channel. O mestre de obras, enquanto lá andava com a equipa do programa nas filmagens, disse-me que não era permitido andar de "blusinha" na obra e que por isso não os tinha deixado filmarem-me. Continuei a tirar as medidas e ao mudar de divisão, ele veio logo ter comigo, "Ah! Mas escusa de sair. Não estava falando sério! Pode ficar!" Quem sabe?! LOL

Foto: Alex Sandro

1 comentário:

maike disse...

jajajajaj

"que flaite!!!" era o que te diria um chileno se te visse nos preparos da 1a foto!

eu diria que riqueza!

gostei especialmente do cantinho para a masturbação!! ahahaha

quando chegar a angra, la pra 5a, ligo-te e falamos melhor!!

um beijo!*