sábado, 11 de abril de 2009

Dar um norte à seta


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"Tacteiam diante de si como cegos e encontram o outro como uma porta. Quase como crianças assustadas diante da noite, apertam-se um ao outro. No entanto nada temem. Não há nada contra eles: nenhum ontem e nenhum a amanhã, pois o tempo se desmoronou. E eles florescem das suas próprias ruínas. Ele não pergunta: "Teu marido?"
Ela não pergunta: "Teu nome?"
Encontram-se, na verdade, para serem um para o outro, uma nova estirpe.
Darão um ao outro cem nomes novos, e tornarão a tirá-los todos, um do outro, de leve, como se tira um brinco de uma orelha."


A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristóvão Rilke, Rainer Maria Rilke

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