Salta
Salta, 16/02/09
Continuo à procura desse silêncio!
Esse silêncio que invejo às pessoas que o experimentam. O silêncio que dizem existir mas que nunca consegui absorver. Ou já, mas vai longe, tanto que lhe esqueci o sabor. Quando surgiu causava-me tonturas, suores frios e ganhava uma força e personalidade capazes de me dominar por completo, ao ponto de me fazerem vergar perante o tempo e mover-me desesperadamente em círculos mecânicos naquilo que chamava de vazio, pensando que assim roubaria espaço a essa incógnita: o silêncio. Assim escutava o engolir de saliva como o encher de um poço moribundo que ecoava num sem fundo. Era insuportável carregar nesses tempos as 4 paredes, o segundo, segundo, segundo e esse fantasma, porque nada via para além deles e me julgava encerrada no acaso, num mundo que nem considerava dos homens, nem poderia considerar meu. Hoje, mais que tudo, busco a companhia das palavras não ditas. Sim, porque agora compreendo como a sua presença me penetraria sem cobranças. Acredito que já há poucos os que conhecem e não temem o silêncio, sabem conviver com ele, convidam-no a entrar.
E eu procuro-o, numa busca cada vez mais paranóica. E curiosamente mais caminho entre a multidão.
Enquanto não encontrar silêncio e deixá-lo invadir-me, posso ter sido tudo, mas ainda não fui nada.
San Lorenzo
Continuo à procura desse silêncio!
Esse silêncio que invejo às pessoas que o experimentam. O silêncio que dizem existir mas que nunca consegui absorver. Ou já, mas vai longe, tanto que lhe esqueci o sabor. Quando surgiu causava-me tonturas, suores frios e ganhava uma força e personalidade capazes de me dominar por completo, ao ponto de me fazerem vergar perante o tempo e mover-me desesperadamente em círculos mecânicos naquilo que chamava de vazio, pensando que assim roubaria espaço a essa incógnita: o silêncio. Assim escutava o engolir de saliva como o encher de um poço moribundo que ecoava num sem fundo. Era insuportável carregar nesses tempos as 4 paredes, o segundo, segundo, segundo e esse fantasma, porque nada via para além deles e me julgava encerrada no acaso, num mundo que nem considerava dos homens, nem poderia considerar meu. Hoje, mais que tudo, busco a companhia das palavras não ditas. Sim, porque agora compreendo como a sua presença me penetraria sem cobranças. Acredito que já há poucos os que conhecem e não temem o silêncio, sabem conviver com ele, convidam-no a entrar.
E eu procuro-o, numa busca cada vez mais paranóica. E curiosamente mais caminho entre a multidão.
Enquanto não encontrar silêncio e deixá-lo invadir-me, posso ter sido tudo, mas ainda não fui nada.
San Lorenzo
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