Grande filme que procura mergulhar na mais gelada solidão, e aprofundá-la de maneira ambígua. A sua genialidade está na superação das vertentes já exploradas desse tema mais que batido, evadindo-se do lado genético suportável que nos cabe a todos e é familiar a cada um. O filme projecta-nos para o campo da solidão-protagonista; aterroriza-nos com os meios e imagens com que a expõe; revela que a liberdade do homem, enquanto objecto, começa e acaba quando este dá forma e espessura à sua solidão. Já se antevê um ciclo. O espaço que o homem-objecto-júnior terá para se mover é igual e exclusivamente o mundo das suas entranhas. Daqui, contudo, poderão nascer expressões artísticas não só associadas à materialização dessa carga emotiva interior, mas também a partir do auto-reconhecimento do indivíduo, ao tocar nas suas vísceras mais profundas.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
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