Rio Scenarium concentra-se numa edificação típica da arquitectura imperial portuguesa, com tímida e estreita fachada principal, embora com nova escala no seu interior, inesperadamente colossal.
Catalogado como restaurante/bar/casa de espectáculos, ao explorar diversos estatutos e relações entre objectos e a fulcral simbiose entre decoração e arquitectura, esta “casa” incalculavelmente rica e compacta, mais se aproxima a uma complexa cidade. Aliás cidade não, cidades, várias cidades e realidades.
Catalogado como restaurante/bar/casa de espectáculos, ao explorar diversos estatutos e relações entre objectos e a fulcral simbiose entre decoração e arquitectura, esta “casa” incalculavelmente rica e compacta, mais se aproxima a uma complexa cidade. Aliás cidade não, cidades, várias cidades e realidades.
O Rio Scenarium fixa num mesmo tema específico e generalizado: “a casa”, imensas leituras e interpretações distintas da mesma verdade e simultaneamente infinitas verdades nomeadas em lugares comuns e eventos enraizados e mais que adquiridos.
Ao associar o invólucro da “casa”, em si mesmo, ao corpo-imagem, e o miolo à gene, experiência e memória, interpreto os patamares dessa "casa" como sucessão dos diferentes níveis da mente, evocando a construção do sujeito através da assimilação, sistematização e recriação dessa matéria viva e consequentemente a progressiva consciência do seu próprio “eu”. Como resultado nascerá a afirmação do “ser” perante a sociedade, o reconhecimento do seu lugar no mundo, e sua posterior libertação para exercícios místicos; todos estes passos materializados no expoente máximo de sua individualidade – a casa – cuja forma é moldada à sua semelhança.
Músicas, relíquias, artesanatos, parafernálias, peças de arte, histórias, lendas, parecem ter saído de baús de pessoas de todo o mundo, convivendo em simultâneo e numa sucessão de espaços circulares, hierarquizados na sequência ascendente dos diferentes pisos da “casa”; cada testemunho distinto e com seu carisma próprio, contudo.
Ao associar o invólucro da “casa”, em si mesmo, ao corpo-imagem, e o miolo à gene, experiência e memória, interpreto os patamares dessa "casa" como sucessão dos diferentes níveis da mente, evocando a construção do sujeito através da assimilação, sistematização e recriação dessa matéria viva e consequentemente a progressiva consciência do seu próprio “eu”. Como resultado nascerá a afirmação do “ser” perante a sociedade, o reconhecimento do seu lugar no mundo, e sua posterior libertação para exercícios místicos; todos estes passos materializados no expoente máximo de sua individualidade – a casa – cuja forma é moldada à sua semelhança.
Músicas, relíquias, artesanatos, parafernálias, peças de arte, histórias, lendas, parecem ter saído de baús de pessoas de todo o mundo, convivendo em simultâneo e numa sucessão de espaços circulares, hierarquizados na sequência ascendente dos diferentes pisos da “casa”; cada testemunho distinto e com seu carisma próprio, contudo.
A massiva informação, os intermináveis jogos de palavras sugeridos, silêncios retóricos e imagens ambíguas, induzem uma primeira leitura do espaço presa aos microcosmos dessa massa única indivíduo-casa-sociedade-cidade. Aparentemente estes grupos dialogam desordenada e aleatoriamente entre si, mas depois de um olhar mais atento, o espaço resulta numa obra única e brilhante, devido à intencional cumplicidade despretensiosa e descomprometida que se gera entre assinaturas, grifes, burocracias, valores e marcas do tempo.
A desconstrução do espaço é assim subtilmente feita através da associação de barreiras ocultas, subentendidas a partir de fragmentos do homem como ser caótico. A sua (de)composição clarifica as dimensões social/racional/sensorial/espiritual/criativa.
O Rio Scenarium tem demasiados intervenientes omnipresentes para ser identidade pura, consiste em demasiados depoimentos e estéticas para ser uma só casa, gera intimidade demais para ser cidade.
A desconstrução do espaço é assim subtilmente feita através da associação de barreiras ocultas, subentendidas a partir de fragmentos do homem como ser caótico. A sua (de)composição clarifica as dimensões social/racional/sensorial/espiritual/criativa.
O Rio Scenarium tem demasiados intervenientes omnipresentes para ser identidade pura, consiste em demasiados depoimentos e estéticas para ser uma só casa, gera intimidade demais para ser cidade.
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