terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Acorda.me quando lá chegarmos























"Cala-te, Por favor!"

Shugo Tokumaru
Exit
2008

Saquei à uns dias o álbum Exit de Shugo Tokumaru, (músico que desconhecia completamente apesar de já ir no seu terceiro álbum de originais), depois de ter visto a lista de melhores álbuns do ano passado, cedida pela Metacritic (www.metacritic.com).Confesso que estava um pouco reticente quanto a gastar os meus preciosos gigazitos de tráfego num artista japonês do qual nunca tinha ouvido falar nem ouvir...para alem do mais, num ano de tão bons lançamentos na indústria discográfica encontrar um desconhecido no quinto lugar de tão prestigiada lista, levou-me logo a considerar que se trataria de mais um capricho dos inatingíveis e incompreensíveis críticos da cena musical!

A dúvida não tardou a desvanecer-se pois encontrei uma das prendas do 2008, e nem sequer tive de dar tempo à velha máxima do "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" do nosso velho amigo para o colocar num altar, pois a primeira faixa "Parachute" cortou-me logo os pezinhos, deixando-me desamparado, a andar somente com os toquinhos.

O que mais me encanta neste álbum é a densidade sonora que ele carrega através das acessíveis melodias complexas que vão roçando a pop e o folk.

Os sons não forçam em assumir-se: ferrinhos, xilofones, banjos, guitarrilhas acústicas e mais um sem fim de instrumentos, (50 ao que parece) convivem numa harmonia utópica sem nunca sequer considerarem que cada camada de som possa vir a incomodar a próxima. O caos e a desordem moram no prédio ao lado, mas é a tranquilidade e a beleza do inesperado que prevalecem naquele bairro.

Resta dizer que o álbum é todo cantado em japonês, apesar de todas as faixas terem o seu nome em inglês, o que ainda torna o álbum, na minha opinião, ainda mais poderoso! Fico com a sensação que estar a ouvir

EXIT, é o mesmo que estar a ver um filme de um óptimo cineasta numa língua estrangeira que desconheço, sem legendas...mas que mesmo assim, e sem saber porque carga de água, não me levanto para ejectar o DVD, pois as imagens que se me apresentam

já me teriam embriagado com sua beleza e magia rara! Mesmo sem perceber nada do que ele para ali canta, este álbum transpira optimismo, grita esperança...faz-me chorar de alegria!





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